Tenho a honra de oficialmente estrear esse blog comunitário, uma proposta para o segundo semestre do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo, para a disciplina Jornalismo Digital. A proposta visa fazer com que os alunos explorem os recursos do blog, ferramenta que se popularizou nos últimos tempos e vem sido freqüentemente utilizada por jornalistas, já que é uma espécie de porto seguro de opiniões, é o único espaço em que eles podem se expressar livremente, sem fronteiras de editores, sem as limitações dos veículos de comunicação, que infelizmente têm estrutura de empresa.
Nos dividimos em grupos e recebemos uma proposta maior: o tema TRABALHO. Coube a cada grupo escolher que área desse amplo assunto gostaria de se aprofundar. Poderíamos selecionar até dois sub-temas. Nosso grupo possui dez integrantes. Dez meninas. Cada uma está responsável para postar em um determinado dia da semana, mas como existe mais integrantes do que dias da semana, haverá dias com dois posts.
Os professores que estão orientando este trabalho deixaram claro que os posts devem ser mais opinativos e achei uma proposta muito interessante, porque diante de um mundo onde somos bombardeados por informações, nos tornamos indivíduos passivos, por conseqüência. Acho que é a primeira vez que posso adquirir uma postura menos impessoal sem perder nota por isso. Aprendemos a fazer dissertações para o vestibular e fomos severamente advertidos para usarmos terceira pessoa, mantermos distanciamento, como se fosse um grande pecado mostrarmos nós mesmos. No mais, o jornalismo está muito além de ser a arte de informar. É, também, a arte de interpretar, de criticar, de questionar, e porque não, de opinar. É, enfim, a arte do desassossego. Claro que evitando os “achismos”. Depois de tantas aulas teóricas, estávamos ávidos para, finalmente, começarmos a produzir e, assim, termos a chance de adquirir uma postura pró-ativa frente a nossa futura carreira.
Certamente as opiniões de cada uma do grupo irão divergir, mas minha expectativa é de que, juntas, possamos moldar esse blog e deixá-lo com a nossa cara. Usarmos as diferenças a nosso favor. Até porque, a conseqüência das discordâncias nos outros trabalhos acarretaram em emocionantes e divertidas polêmicas.
A questão delicada é que, com tantos escrevendo blogs (e poucos para dar conta de ler toda essa quantidade), criar um blog é fácil e acessível. Difícil é escrever algo que realmente acrescente. O mundo é dinâmico e o tempo é escasso, portanto, devemos nos esforçar para que, o leitor que se aventure a ler os textos aqui publicados, sinta que aquilo valeu a pena.
De qualquer forma, será uma experiência válida para instigarmos nosso senso crítico, para exercitarmos nosso faro investigativo, para iniciarmos a aplicar práticas jornalistas de entrevista, pesquisa, reportagem etc e para mantermos aquecido nosso contato com a escrita, além de, obviamente, explorarmos juntas e tentarmos desvendar esse complexo universo do mercado de trabalho e como ele se manifesta na sociedade. Temos questões e vamos correr atrás de respostas. É por isso que escrevemos. Cada post é o resultado de uma inquietação.
Somos estudantes. Pouco sentimos na pele o mundo do trabalho. Mas tenho a certeza de que, na época de escolhas do que prestar no vestibular, todas fomos aterrorizadas pelos pais para escolhermos algo que desse alguma “garantia de futuro”. Com tanta preocupação da parte deles, ficou para gente a impressão de que esse tal de mercado de trabalho é uma selva. Contudo, é justamente por essa inexperiência que talvez ainda apareça aqui tudo sob um ponto de vista idealista.
Depois de muitas sugestões bizarras, definimos o título do blog que teve aprovação unânime. Etc e tau. Tau com “u” não é erro ortográfico. É a letra grega que simboliza trabalho.
Decidimos pautar nossas publicações por dois temas centrais, que, de certa forma, estão interligados:
-profissões desvalorizadas
Seja por que não tem sua importância reconhecida pela sociedade, seja porque não recebe salário condizente com o que produz;
-profissões diferentes, pouco conhecidas
Porque só os cargos convencionais não são suficientes de dar conta de todos os ramos da produção humana.
Acompanhe ao longo do semestre esse processo de construção e amadurecimento coletivo. E, claro, não deixe de comentar.