Segundo o Houaiss, TRABALHO é: sm. fis. grandeza que pode ser definida como o produto da magnitude de uma força e a distância percorrida pelo ponto de aplicação da força na direção desta (τ); esforço incomum; luta, lida, faina; conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim; atividade profissional regular, remunerada ou assalariada; qualquer obra realizada (manual, artística, intelectual etc.).

31 de agosto de 2007

Arte também é profissão

Eu estava procurando uma profissão exótica, já que este é um dos nossos sub-temas, para ser o assunto da minha primeira postagem no nosso blog. E eu encontrei uma profissão chamada plastimodelismo.


O plastimodelista é o profissional que representa maquetes, fatos, objetos e até personagens usando como matéria-prima o plástico estireno.Os trabalhos feitos pelo plastimodelista podem ser considerados verdadeiras obras de arte.
Por não ser uma profissão muito conhecida muitos plastimodelistas só a usam como hobby mas aqueles que buscam realmente ter um futuro promissor na área podem divulgar seu trabalho chegando até a ser contratados por grandes empresas.

Não é necessário ter formação específica para ser um plastimodelista, as características básicas que se deve ter, além é claro do interesse pela arte, são habilidade manual, criatividade, precisão, boa noção de desenho, habilidade para esculpir, etc. Mas os profissionais da área que desejam fazer um curso para melhorar ainda mais naquilo que já tem capacidade de fazer é recomendado um curso de design que pode ser uma graduação um mesmo um curso técnico.

Algumas das principais atividades do plastimodelista são: formular objetos de estudos e pesquisas; desenvolver materiais, produtos e métodos relacionados a produção de objetos e cenas em escala dimensional muito pequena; fazer réplicas.

Mais especificamente o profissional pode fazer projetos de edifícios e ambientes em industrias de construção. Na área do design ele pode, por exemplo, projetar aviões de aeromodelismo. Existem muitas oportunidades exatamente por não ser uma profissão muito reconhecida, e por ter um mercado de trabalho muito grande.

30 de agosto de 2007

O trabalho de quem conta


Antes de ingressar na faculdade de jornalismo, trabalhei como tesoureira para um banco de grande porte em uma empresa anexa de uma transportadora de valores. Executei serviços de triagem dos malotes e contei o dinheiro que havia em espécie nos envelopes de depósito, preparando para processamento de operações bancárias convencionais. Uma rotina que ia das 14hs às 23hs ou mais,como em dia de “pico” bancário ou de grande movimentação de dinheiro no mercado. Colegas de trabalho já ficaram trabalhando até às 3hs da manhã.

Vestia um macacão e era vigiada por câmeras e supervisores para se certificarem da segurança do dinheiro. Mas não adiantava: quando havia muito serviço, funcionários de outros setores exerciam a função de contar o dinheiro corretamente, não deixar passar notas falsas, nem diferenças entre o valor informado pelo cliente e o valor existente no envelope.Não usavam uniformes e não eram treinados. Um trabalho que exigia prática e atenção. As diferenças eram grandes e apareciam constantemente.

A quantidade de valores era tão grande,que no setor em que trabalhava não tínhamos hora certa para jantar, nem a duração dessa folga. Sem estabilidade no emprego, o salário era baixo e cada nota na mão era um risco.Tomava cuidado também com a saúde, por trabalhar em um lugar lacrado e mexendo com uma coisa tão suja. Peguei conjuntivite leve e quase uma tendinite.
Fiquei lá durante 4 meses, até cansar.

Acordo de Livre Comércio em Prol do Capital

Estreio no blog falando da desvalorização do trabalho. Mas não é qualquer trabalho. É aquele exercido na fronteira EUA-México, mais precisamente na cidade de Juarez, onde, desde janeiro de 1994, está vigente o Nafta (Tratado de Livre Comércio).

Talvez alguns tenham idéia do que é trabalhar nesse local, ou em qualquer outro que faça parte do Nafta. Para
os que não têm, imaginem o seguinte: você está em uma fábrica, chamada de maquiladora, apertando parafusos em um ritmo intenso, sem poder parar para, sequer, ir ao banheiro.

Às vezes você também fica exposto a produtos químicos proibidos em diversos países (entre eles, os EUA), sem nenhum tipo de proteção (nem de equipamentos, nem jurídica), e isso causa dores de cabeça, vômito e palpitações cardíacas em você. Sabe aquela lesão por movimento repetitivo que você adquiriu apertando parafusos freneticamente? Ela não será tratada porque você não tem convênio médico nem acesso à saúde pública, e você perderá o movimento das mãos.

Para as mulheres, que representam 70% dos trabalhadores das maquiladoras, aqueles produtos químicos geram graves problemas quando elas estão grávidas. Desde o aborto até a anencefalia. Isso sem contar os milhares casos de violência contra a mulher, que é abordada ao sair das fábricas, principalmente no período noturno.

E sabem por que esses trabalhadores se sujeitam a isso? Para não passar fome, uma vez que o próprio governo mexicano faz todo o possível para levar mais e mais gente para cidades como Juarez, tomando as terras dessas pessoas, por exemplo.

O pior de tudo não é nem imaginar que essa situação pode fazer parte da realidade brasileira, caso a ALCA seja aprovada por aqui, mas sim olhar para a tela do computador sem ter certeza se ela passou ou não pela mão desses trabalhadores.

Será que nós contribuímos com a desvalorização e exploração, não só do trabalho, mas do ser humano?

=> Dica de Filme: Cidade do Silêncio (Bordertown)

29 de agosto de 2007

Quadro de profissões: Coach

Um trabalho não tão divulgado no Brasil, talvez por ser recente, mas conhecido mundo a fora, e com nome internacional, Coach, até onde alguns sabem, significa treinador.
Mas se nos Estados Unidos, coachs treinam na parte de esporte, aqui no Brasil é na área pessoal e empresarial.
O profissional é especializado em gestão e acompanhamento de carreiras. O que ele faz é instruir e motivar seu cliente às melhores escolhas – sejam elas pessoais ou de empreendimento – transmitindo informações, técnicas e conhecimento para guiar àquele que recorre a sua ajuda.

Ele auxilia pessoas que estão em mudança profissional ou de vida, e traça metas para elas na realização de um projeto até que alcancem seus objetivos.
É necessário formação acadêmica em psicologia ou recursos humanos, para depois se especializar em coach. Também há alternativa de cursos, como por exemplo, na ICF (International Coach Federation), que é uma das melhores opções para se realizar o curso. É imprescindível o domínio do idioma inglês, e constante atualização curricular.
As áreas de atuação são diversas, como coaching em melhoria de desempenho, eficácia de equipe, entre outros.

O coach Rafael Santana Jolen, 23 anos, é formado pela ICI (International Association of Coaching Institutes) e pela ECA (European Coaching Association), ambos na Alemanha. Mora e trabalha em São Paulo, e possui negócio próprio para exercer sua profissão. Estuda desde 1997, mas atua como choach desde 2006.
Ele cita os pontos fortes e os fracos da profissão:

Pontos fortes
-Recompensa de ajudar outras pessoas
-Alta Remuneração
-Baixa carga horária
-Reconhecimento
-Poder ser você mesmo
-Profissão crescendo a cada dia

Pontos Fracos
-Profissão nova, muita gente ainda não conhece
-Necessita de extrema organização para dar certo
-Formação Internacional muito cara
-Profissionais na área que não tem o mesmo gabarito, e que se dizem coachs

Rafael trabalha em torno de 6 horas semanais no escritório, e mais 20 semanais em seu home office. De acordo com ele, o mercado de trabalho está excelente, pois a cada dia que passa vem ganhando mais espaço e mais reconhecimento. Hoje o mercado de Coaching já rende mais de 4 bilhões de dólares no mundo.

Mais informações: http://www.abracem.org.br/

28 de agosto de 2007

Desemprego Estrutural

Terça feira, meu dia de manter esse blog aqui. Para estrear, decidi começar falando um pouco de desvalorização de trabalho. Como a Adriana já mencionou no post inaugural do blog, aqui nós falaremos de profissões exóticas, diferentes e pouco conhecidas. Também da desvalorização de alguns cargos que, pela tecnologia ou que simplesmente com o passar do tempo foram se extingüindo.

Com relação a desvalorização, certamente a tecnologia é que tira a maioria dos empregos. Essa relação é tão presente que é conhecida por ‘desemprego estrutural’. A definição de desemprego estrutural é: quando o trabalhador tem sua força de trabalho substituída por máquinas. Assim, ele perde o emprego e não recupera aquele cargo. Um bom exemplo é o de caixas de banco. Antes havia uma pessoa no banco que em tinha contato com os clientes e com o dinheiro e fazia essa ‘relação’. Nos dias de hoje, se queremos sacar dinheiro, consultar saldo, depositar, não precisamos de nenhuma pessoa. Temos os caixas eletrônicos a nossa disposição, 24 horas por dia, nos 7 dias da semana, inclusive em feriados e férias. É de certo uma vantagem para o empresário, já que não tem que assinar carteira de trabalho de máquina, assim não paga impostos, décimo terceiro salário, férias, almoço e outras coisas que um ser humano necessita.

Rapidamente, outro exemplo são alfaiates e costureiras substituídos pela produção em massa de roupas em fábricas, também por máquinas. Algumas poucas costureiras apenas para costurar um botão. Detalhes que as máquinas não têm. Ou seja, sempre as pessoas serão necessárias de algum modo. Insubstituíveis em muitas funções, no mínimo, sempre haverá alguém para programar e consertar as máquinas.

Primeiras impressões

Uma vez que o conteúdo proposto por este blog é o mercado de trabalho, suas dificuldades e alternativas, levamos em consideração o "efeito dominó" ao qual todos estão submetidos em busca de um bom emprego e assim exercer um bom trabalho. A grande demanda em diversos níveis hierárquicos e a inevitável necessidade de especialização, "distribui"muitos trabalhadores para vertentes crescentes em países subdesenvolvidos como o Brasil, chamadas trabalhos alternativos (ou seriam cotidianos?).

A idéia de "virar hippie" se algo não acontecer de acordo com os interesses da pessoa, não deixa de ser uma divulgação dessa forma de trabalho. A informalidade (venda ilegal de diversos artigos, geralmente a preços populares, que representa mais da metade da população economicamente ativa) não deixa de ser um trabalho alternativo, tendo uma variedade de escolaridade entre seus empregados.

Entre a parcela formalmente remanejada, estão os trabalhadores noturnos. São seguranças, mecânicos de trens metroviários, operadores de máquinas em portos ou indústrias, entre outros. Com jornadas anormais para o saudável funcionamento de qualquer pessoa, segundo especialistas, é uma chance que trás segurança apenas por conta do registro em carteira e conseqüentemente uma estabilidade financeira.

27 de agosto de 2007

Post de Inauguração

Tenho a honra de oficialmente estrear esse blog comunitário, uma proposta para o segundo semestre do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo, para a disciplina Jornalismo Digital. A proposta visa fazer com que os alunos explorem os recursos do blog, ferramenta que se popularizou nos últimos tempos e vem sido freqüentemente utilizada por jornalistas, já que é uma espécie de porto seguro de opiniões, é o único espaço em que eles podem se expressar livremente, sem fronteiras de editores, sem as limitações dos veículos de comunicação, que infelizmente têm estrutura de empresa.

Nos dividimos em grupos e recebemos uma proposta maior: o tema TRABALHO. Coube a cada grupo escolher que área desse amplo assunto gostaria de se aprofundar. Poderíamos selecionar até dois sub-temas. Nosso grupo possui dez integrantes. Dez meninas. Cada uma está responsável para postar em um determinado dia da semana, mas como existe mais integrantes do que dias da semana, haverá dias com dois posts.

Os professores que estão orientando este trabalho deixaram claro que os posts devem ser mais opinativos e achei uma proposta muito interessante, porque diante de um mundo onde somos bombardeados por informações, nos tornamos indivíduos passivos, por conseqüência. Acho que é a primeira vez que posso adquirir uma postura menos impessoal sem perder nota por isso. Aprendemos a fazer dissertações para o vestibular e fomos severamente advertidos para usarmos terceira pessoa, mantermos distanciamento, como se fosse um grande pecado mostrarmos nós mesmos. No mais, o jornalismo está muito além de ser a arte de informar. É, também, a arte de interpretar, de criticar, de questionar, e porque não, de opinar. É, enfim, a arte do desassossego. Claro que evitando os “achismos”. Depois de tantas aulas teóricas, estávamos ávidos para, finalmente, começarmos a produzir e, assim, termos a chance de adquirir uma postura pró-ativa frente a nossa futura carreira.

Certamente as opiniões de cada uma do grupo irão divergir, mas minha expectativa é de que, juntas, possamos moldar esse blog e deixá-lo com a nossa cara. Usarmos as diferenças a nosso favor. Até porque, a conseqüência das discordâncias nos outros trabalhos acarretaram em emocionantes e divertidas polêmicas.

A questão delicada é que, com tantos escrevendo blogs (e poucos para dar conta de ler toda essa quantidade), criar um blog é fácil e acessível. Difícil é escrever algo que realmente acrescente. O mundo é dinâmico e o tempo é escasso, portanto, devemos nos esforçar para que, o leitor que se aventure a ler os textos aqui publicados, sinta que aquilo valeu a pena.

De qualquer forma, será uma experiência válida para instigarmos nosso senso crítico, para exercitarmos nosso faro investigativo, para iniciarmos a aplicar práticas jornalistas de entrevista, pesquisa, reportagem etc e para mantermos aquecido nosso contato com a escrita, além de, obviamente, explorarmos juntas e tentarmos desvendar esse complexo universo do mercado de trabalho e como ele se manifesta na sociedade. Temos questões e vamos correr atrás de respostas. É por isso que escrevemos. Cada post é o resultado de uma inquietação.

Somos estudantes. Pouco sentimos na pele o mundo do trabalho. Mas tenho a certeza de que, na época de escolhas do que prestar no vestibular, todas fomos aterrorizadas pelos pais para escolhermos algo que desse alguma “garantia de futuro”. Com tanta preocupação da parte deles, ficou para gente a impressão de que esse tal de mercado de trabalho é uma selva. Contudo, é justamente por essa inexperiência que talvez ainda apareça aqui tudo sob um ponto de vista idealista.

Depois de muitas sugestões bizarras, definimos o título do blog que teve aprovação unânime. Etc e tau. Tau com “u” não é erro ortográfico. É a letra grega que simboliza trabalho.

Decidimos pautar nossas publicações por dois temas centrais, que, de certa forma, estão interligados:
-profissões desvalorizadas
Seja por que não tem sua importância reconhecida pela sociedade, seja porque não recebe salário condizente com o que produz;

-profissões diferentes, pouco conhecidas
Porque só os cargos convencionais não são suficientes de dar conta de todos os ramos da produção humana.

Acompanhe ao longo do semestre esse processo de construção e amadurecimento coletivo. E, claro, não deixe de comentar.