Fazer as compras do mês hoje em dia é uma sangria. Inflação, supervalorização e outros aditivos deixam a conta mais cara. Um malabarismo no bolso do consumidor que trabalha oito horas por dia e ainda tem que pensar nos livros dos filhos e no transporte para toda a família.
O salário mínimo deve ser suficiente para a subsistência. Famílias de baixa renda vivem com o gasto que famílias de classe alta têm só no supermercado. Com os atuais R$380 nacionais, ou R$410, 430 e 490 regionais não dá pra pôr comida na mesa, pagar contas mensais, custos de transporte e ainda os impostos. Não existe desenvolvimento pessoal com uma vida dessas. Não é possível investir em nada visando o futuro com uma renda familiar de cerca de R$800 por mês.
A (des) valorização do trabalhador que ganha um salário mínimo é evidente ao pensar que o sustento de uma família está sustentado naquele emprego.
Ainda, quando ficamos doentes e precisamos de atendimento, somos desprezados pelos hospitais públicos; se precisamos de segurança, a polícia atende-nos com arrogância; se pedimos por justiça, esperamos anos a fio para ver os culpados pelas mortes de inocentes libertados e ilesos.
Muito diferente do mundo dos carrões importados e dos restaurantes caros.
Segundo o Houaiss, TRABALHO é: sm. fis. grandeza que pode ser definida como o produto da magnitude de uma força e a distância percorrida pelo ponto de aplicação da força na direção desta (τ); esforço incomum; luta, lida, faina; conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim; atividade profissional regular, remunerada ou assalariada; qualquer obra realizada (manual, artística, intelectual etc.).
6 de setembro de 2007
Salário ou vale-alimentação?
Postado por Nina Lofrese às 21:48:00
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Um comentário:
Salário mínimo ou esmola máxima?
Mas vamos com calma, pois nem todo hospital atende mal, nem todo policial é um canalha, e embora a justiça caminhe com a velocidade de lesmas de muletas e todos já tenham se esquecido das linhas aéreas munidas de super segurança no Brasil, tem alguma coisa acontecendo atualmente. Parece que a cada dia mais pessoas estão se indignando com o panorama. É pouco? Talvez. Mas quanto tempo demora para estourar uma revolução?
Mudança de perfil de uma população vem com o tempo, e o essencial, já diria o poeta, é invisível aos olhos.
Eu ganho 400 reais e, diabos, com isso não posso investir em mim, mas se não invisto como posso ter perspectiva de mudar de vida? Mas o Ratinho disse que só reclamar não adianta, então... Tudo bem, investir em mim é difícil e eu já faço demais, mas eu posso estimular aqule meu filho a investir em si - sim, aquela peste que eu mando para a escola para não ficar na rua jogando bola o dia todo. Ora, e não é mesmo verdade que o governo está pagando para as pessoas estudarem?
Se ao invés de ligar a TV e passar o domingo todo vendo os apresentadores moldarem meu rosto com a máscara do Bozo eu me propuser a olhar os cadernos das crianças, conversar com elas sobre o passado, sobre o futuro e mostrar a elas um pouco da história da minha vida, um pouco da escola da vida, porque, ah sim, dessa eu entendo... ei! De fato, talvez eu tenha algo a ensinar, porque eu sou do sertão e sobrevivi à fome e à seca, vim para São Paulo antes da ditadura, eu vi coisas acontecerem embora hoje eu seja um grande alienado. Mas meu filho não pode saber muito, já que na geração dele tudo que aconteceu foi que inventaram a coca cola diet e lançaram outros modelos mais caros de tênis. Mas se meu filho estudar, se ele se interessar, se ele crescer...
É... talvez eu tenha mesmo alguma coisa a ensinar a meus filhos além do número de copas do mundo que o Brasil já ganhou...
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